por Armando Raggio – diretor executivo da Fepecs
Escrevo para me referir ao 30º aniversário da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, no Ginásio de Esportes Nilson Nelson, de 17 a 21 de março de 1986, então sob a égide da conquistada abertura política, após 21 anos de regime autoritário de 31 de março de 1964 à eleição de Tancredo em 15 de janeiro de 1985, ainda que indireta, por deputados e senadores componentes do Colégio Eleitoral.
Quando a emenda constitucional que propunha eleições diretas para presidente foi rejeitada em 1984, Tancredo Neves foi lançado candidato de oposição pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB, tendo concorrido com Paulo Maluf no Colégio Eleitoral composto por maioria de governistas do Partido Democrático e Social, PDS. No dia 14 de março, véspera de assumir o cargo, Tancredo era operado às pressas aqui no Hospital de Base, em Brasília. Outras seis intervenções não lograram que
se evitasse sua morte no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, em 21 de abril…
Brasília recebeu no Ginásio Nilson Nelson, ao lado do Estádio Mané Garrincha, os participantes desta que foi a primeira conferência de saúde com a participação de representantes do movimento social por democracia e saúde, como no dizer do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde: Democracia é Saúde! Indico o acesso ao relatório da conferência, que por incrível que pareça, permanece atual, ainda que muito se tenha feito desde a Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, a constituição cidadã na
palavra de Ulysses Guimarães: http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/relatorios/relatorio_8.pdf
Por oportuno refiro também o estudo que realizamos no Conselho Nacional de Secretários de Saúde, a respeito das conferências de saúde:
http://www.conass.org.br/conassdocumenta/cd_18.pdf
E para encerrar este hebdomadário comemorativo, recomendo o vídeo sobre a 8ª. Conferência Nacional de Saúde:
https://www.youtube.com/watch?v=ZBhZ_iCufus
Destaco na abertura da Oitava Conferência Nacional de Saúde, a parte 5 da fala de Sérgio Arouca:
“… nós temos que aprender a viver com a diversidade, nós temos que aprender a viver com o coletivo, e vai ser na diversidade, vai ser no coletivo que nós vamos construir o nosso projeto, imaginando que na construção disso muitas vezes nós vamos errar, mas nunca vamos errar o caminho que adentra para a construção de uma sociedade brasileira mais justa.”
Retomemos a luta pelos princípios fundamentais da reforma sanitária brasileira!