O diretor executivo da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), Armando Raggio, participou, na manhã desse sábado (05/03), no auditório da Associação Médica de Brasília (AMBr), de encontro sobre o Zika vírus. A palestra, idealizada pela Sociedade de Infectologia do Distrito Federal e apoiado pela Sociedade Brasileira de Infectologia, Laboratório Exame e a AMBr, Zika Virose: presente, passado e futuro” reuniu médicos de diversas especialidades e regiões, além de profissionais e estudiosos sobre o assunto.
Sobre o vírus
Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, apresentou um panorama da atual situação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Brasil. A dengue, por exemplo, está presente em 113 países. No Brasil, o maior surto foi em 2015, com aproximadamente 1,6 milhão de casos prováveis da doença. Já a chikungunya está presente em 135 municípios e 2.897 casos já foram notificados entre 2014 e 2016.
Hoje, 42 países têm transmissão autóctone de Zika. Destes, 31 estão nas Américas. De acordo com dados do Ministério da Saúde apresentados na palestra, depois do Brasil, a Colômbia foi o país mais afetado, com mais de 25 mil casos suspeitos relatados e 1.331 casos de Zika confirmados desde outubro de 2015. O elevando número de casos de microcefalia também preocupa. No Brasil, já foram identificados 5.640 casos suspeitos. Os casos confirmados foram identificados em 235 municípios de 16 unidades da Federação.
As perspectivas de controle das doenças também foram discutidas. O tema foi abordado pelo professor colaborador voluntário da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, Pedro Tauil. O médico trouxe como reflexão os motivos pelos quais houve aumento da densidade de infestação pelo Aedes aegypti: aumento do número e da frequência de viagens marítimas e aéreas, da produção de veículos automotores com destino inadequado de pneus usados e ausência ou inefetividade de programas de controle vetorial. “Além desses, o Brasil enfrenta uma situação grave em termos de urbanização: mais de 85%, em média, da população é urbana, sendo este percentual maior na região sudeste; e 20% da população de médias e grandes cidades vive em favelas, invasões, mocambos ou cortiços”, afirmou.
Temas como a efetividade do controle da transmissão de dengue por meio do uso de mosquito transgênico, vacina, entre outros, também foram levados à pauta do evento. Entre os convidados, o professor adjunto da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Luís Cláudio Correia; a bióloga Michelle Pedrosa; o coordenador médico do Hospital Aliança, Antônio Carlos Bandeira; a médica e pesquisadora em saúde pública, Raimunda do Socorro e a gerente Médica da Sanofi Pasteur, Denise Abud.
Para o organizador, Julival Ribeiro, encontros como esse são importantes para que os profissionais de saúde esclareçam suas dúvidas. Compondo a mesa de abertura, também estiveram o presidente da Associação Médica de Brasília, Luciano Carvalho; o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Henrique Marconi e o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sérgio Cimerman.
Fonte: AMBr