O grupo de estudantes de enfermagem, orientado pela Enfermeira Cristiane Macedo, da Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS/FEPECS/SES, inaugurou no último dia 17 a sala de procedimentos invasivos, reformulada do setor de Pediatria do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), resultado de um Projeto de Intervenção na matéria de Habilidades Profissionais em Enfermagem.
A sala de procedimentos invasivos é um espaço destinado à realização de práticas hospitalares desagradáveis à criança e ao adolescente internado, tais como: punção venosa, punção lombar, drenagem torácica, passagem de sonda, curativos, dentre outros. É um local potencialmente traumático aos pacientes, sobretudo naqueles em idade pré-escolar e escolar, fator que pode, além de dificultar a aceitação atual ao tratamento, acarretar prejuízos ao longo do desenvolvimento psicossocial dos infantes. A estudante Débora Alves, 19 anos, participante do grupo, afirma “Percebíamos nesses pacientes alta resistência aos procedimentos e sofrimento antecipado devido ao ambiente pouco atrativo disponível. O choro majoritariamente aparecia antes mesmo do início dos procedimentos. Além disso, foram aplicados questionários aos acompanhantes e aos profissionais referentes à reação das crianças antes, durante e após a ida à sala de procedimentos. A observação da realidade aliada à teorização tornou nítida a relevância da ambiência no sentido de amenizar o medo e a dor, pois a decoração e os artifícios lúdicos facilitam a mudança de foco da criança, que volta sua atenção aos aspectos visuais ao invés do procedimento que está sendo realizado.”
Além do aspecto lúdico, o projeto também abrangeu readequação da sala para atender às normatizações RCD 50 e NR32. Thiago Murilo, 20 anos, participante do grupo explica: “A sala possuía características inapropriadas ao ambiente hospitalar, tais como a utilização de cortina de pano impossível de ser higienizada diariamente e adereços decorativos feitos em material E.V.A., que soltam partículas de glitter, o que dificulta higienização adequada segundo as recomendações da ANVISA. Substituímos a cortina por outra de material lavável, retiramos os materiais inadequados das paredes e substituímos por papel de parede e adesivos laváveis.”
Ademais, também foi instalada próxima à porta uma amarelinha em material lavável para entrada das crianças. A estudante Fernanda Alves, 22 anos, participante do grupo, sintetiza: “A internação de uma criança é um evento estressante e assustador para a família, e potencialmente traumático aos pacientes. Nosso projeto foi realizado utilizando o Arco de Maguerez, baseado em estudos científicos, políticas e teorias, dentre as quais se destacam a Teoria da Ambiência, de Florence Nightingale e a Política Nacional de Humanização. Sou muito grata por poder contribuir em algo tão significativo, a inserção precoce dos estudantes em cenários práticos e a proposta de uma resolução das problemáticas presenciadas é algo que demanda muito esforço e dedicação, mas que acarreta resultados grandiosos. Foi com esse fim que o projeto foi idealizado e concretizado: promover melhoria do bem-estar dos pacientes pediátricos e de seus acompanhantes por intermédio da reambientação da sala de procedimentos.”
A materialização do projeto contou com a parceria público-privada, por intermédio do investimento do curso Escrita Única e da Editora Seven, empresas que acreditaram no projeto e na humanização da assistência.